Redes Sociais

O impacto da internet nas eleições

impacto das redes sociais nas eleicoes

Nas eleições 2018 para presidente do Brasil, o candidato líder nas  pesquisas e classificado para o 2º turno, Jair Bolsonaro, praticamente construiu sua candidatura através da internet por conta, entre outros fatores, do pouco tempo disponível para as propagandas tradicionais no rádio e televisão.

Embora as eleições ainda estejam em curso já dá para analisarmos alguns aspectos que envolvem as estratégias de comunicação utilizadas na web por parte dos partidos e candidatos.

Em entrevista para a Rádio CBN, Bia Kunze lembrou bem que muitos candidatos eleitos para o legislativo e executivo ganharam destaque em seus perfis no Twitter, Facebook, Youtube e outros canais com mais de milhões de seguidores.

Os analistas de marketing político já começam a se perguntar se as campanhas tradicionais ainda têm a mesma importância e relevância do que tinham anteriormente.

Partindo do princípio que, a maioria das pessoas tem um celular à mão, aquele famoso horário oficial de propaganda eleitoral talvez já não tenha a mesma efetividade. As informações estão nas mãos das pessoas o tempo todo, elas podem pesquisar sobre seus candidatos enquanto aguardam filas de banco, atendimentos diversos como médicos, horários de descanso ou o que melhor lhes convier, sem ficarem presos às regras tradicionais da propaganda política.

As parcerias e coligações também deverão passar por novas análises por parte dos partidos. Os partidos mais poderosos, por seus privilégios de maior participação política e tempo de televisão  normalmente são os mais cobiçados para a formação de alianças. Hoje, considera-se que os novos cobiçados são aqueles candidatos que conseguem maior sucesso nas redes sociais. Estamos em tempos de consolidação dos “Youtubers” políticos?

Caminhos utilizados pelos políticos para construção de base de seguidores nas redes sociais

Vale apontar que não adianta apenas ter milhões de seguidores em suas redes, é preciso ter conteúdo original para atrair o público. Nesse aspecto a vitrine das redes sociais tem apontado para dois caminhos distintos:

Aqueles que utilizam as plataformas para mostrar suas realizações e ideias, e aqueles que são geradores de polêmica, que praticam o discurso fácil, simplista, agressivo, muitas vezes ficcional e até irresponsável. Infelizmente, este segundo tipo de campanha é a que se mostra mais efetiva atualmente como apontou Ronaldo Lemos em seu artigo para a Folha de São Paulo.

O WhatsApp é uma ferramenta singular nesse cenário, ela não proporciona contagem de fãs, visualizações e repercussão, ou seja, os políticos não conseguem controlar as mensagens na plataforma que acabam não fazendo parte do discurso oficial de campanha. Muitas vezes as publicações são criadas por militantes e disseminadas por pessoas comuns. A divulgação das mensagens no WhatsApp depende exclusivamente da sua capacidade de ser compartilhada de forma orgânica, por conta disso, aquele conteúdo que é mais chocante funciona melhor, nesse cenário as Fake News ganham espaço e invadem a rede impulsionadas pelo anonimato de quem a produz.

Estamos na adolescência das redes sociais, o Facebook, por exemplo, foi criado em 2004, portanto as pessoas tem acesso à rede a apenas 14 anos. Se levarmos em consideração a evolução gradativa do número de pessoas com perfil ativo, a maioria ainda está aprendendo a lidar com a plataforma. Muitas ainda não conseguem distinguir uma informação verdadeira de uma Fake News intencional. Esta é apenas a segunda eleição presidencial onde a internet está presente de forma mais consistente, nas eleições de 2014 a Marina Silva despontou através das redes e teve uma votação expressiva.

O cenário está mudando rapidamente e as equipes de marketing terão que se aprofundar nos estudos buscando aperfeiçoamento na análise da maturidade e comportamento do consumidor nas diferentes redes e dessa forma avaliarem quais estratégias farão mais sentindo no futuro como:  o uso de bots, automação, Fake News, sensacionalismo ou seguirão para uma comunicação mais real, verdadeira e alinhada com valores éticos e morais. Vamos aguardar.



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