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Entenda o vazamento de dados do Facebook e o perigo dos jogos na plataforma

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Um escândalo de vazamento de dados no Facebook impactou o mercado de tecnologia e ganhou os noticiários do mundo todo. Entenda o que aconteceu, quais dados foram vazados, como ocorreu o vazamento e para que esses dados foram utilizados.

O Facebook sofreu uma denúncia de que dados de 50 milhões de usuários da plataforma foram expostos sem o conhecimento ou consentimento deles.

Os dados foram “coletados” por uma empresa que criou um aplicativo de “teste de personalidade”, um tipo de jogo entre os muitos que fazem sucesso no Facebook. As informações das pessoas que participaram do teste acabaram chegando a Cambridge Analytica. O agravante da situação foi que os dados vazados não eram apenas de quem participara do jogo, mas também de todos seus amigos, na rede social, que nem sabiam o que estava acontecendo.

O escândalo gerou nova onda negativa contra a rede social. Diversas empresas deixaram o Facebook, alguns usuários processaram a empresa, o navegar Mozilla bloqueou anúncios da plataforma, diversos anunciantes ameaçam cortar suas verbas publicitárias e o próprio Mark Zuckerberg foi convocado para prestar esclarecimentos as autoridades dos EUA.

Além disso, dois dias após a denúncia dos jornais The New York Times e The Guardian, o valor do Facebook encolheu US$ 35 bilhões na bolsa de valores de tecnologia dos EUA.

Como vazaram os dados

O jogo chama-se this is your digital life (algo como “essa é sua vida digital”), que pagou para centenas de milhares de usuários pequenas quantias para que eles fizessem um teste de personalidade e concordassem em ter seus dados coletados para uso acadêmico. O aplicativo foi desenvolvido por Aleksandr Kogan, pesquisador da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Aleksandr já possuía uma pesquisa sobre como deduzir a personalidade das pessoas visando descobrir suas inclinações políticas a partir de seus perfis no Facebook. A empresa Cambridge Analytica – que não tem relação nenhuma com a Universidade de Cambridge – teria comprado os dados coletados por ele. (G1)

Como foram usados os dados

De acordo com a reportagem do G1, os dados vendidos à Cambridge Analytica teriam sido analisados e catalogados, separando aqueles que estavam indecisos em relação ao voto para as últimas eleições presidenciais nos EUA. Dessa forma os dados foram utilizados na campanha eleitoral de Donald Trump, enviando materiais pró-Trump e mensagens contrárias à adversária dele, a democrata Hillary Clinton.

A base de dados coletada e tratada dessa forma é uma ferramenta poderosa porque permite que as campanhas publicitárias identifiquem pessoas com maior chance de serem convencidas. “Fornecer a informação certa à pessoa certa, no momento certo é mais importante do que nunca”, afirma uma propaganda da Cambridge Analytica sobre marketing eleitoral. (G1)

A situação é alarmante para todo o mercado de tecnologia, não apenas para o Facebook. Devemos acompanhar o desenrolar dos fatos que devem impactar em mudanças e regras para ferramentas e plataformas digitais que coletam dados de seus usuários.

Vale lembrar que se você não paga por um produto, o produto passa a ser você. Esses jogos gratuitos precisam ganhar dinheiro de alguma forma, e em muitos casos, eles vendem informações sobre você.



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