Escrevi aqui há pouco tempo sobre o The DAO, projeto que levantou mais de R$ 160 milhões de investimento na maior arrecadação da história em um projeto de Crowdfunding.
“O coração do projeto está em seu nome, DAO significa “Organização Autônoma Descentralizada” (Descentralized Autonomous Organization), tecnologia que possibilita a criação de empresas, aplicativos e organizações que se autoregulam e se autoadministram, sem a necessidade de intervenção humana. Esses sistemas vivem na internet de forma autônoma e obedecem instruções pré-programadas. O detalhe mais importante é que, uma vez criados são incontroláveis, não há nada que se possa fazer para desligá-los ou pará-los, exceto desligando a rede mundial de computadores.” (Rafael Gonzalez – Blog de inovação e redes sociais)
Pois o projeto recebeu sua primeira “prova de fogo”. Um ataque hacker conseguiu sequestrar mais de R$ 50 milhões do projeto, embora a função da organização seja distribuir o dinheiro para outros projetos DAO, o objetivo desse hacker ou grupo de hackers não é criar novos projetos, é colocar o dinheiro no bolso.
A batalha está em curso neste momento. O fato causou uma divisão entre os administradores para solucionar o problema.
Um grupo defende que todo o sistema volte atrás e devolva o dinheiro de forma “hard”, ou seja, desfazendo a essência do próprio projeto The DAO o que seria como destruir o projeto inteiro. Outro grupo de organizadores defende uma resposta um pouco menos drástica, como banir os endereços identificados com o ataque. É uma batalha épica entre desenvolvedores e hackers, uma briga minuto a minuto para descobrir a solução ideal.
Enquanto isso, outro grupo tenta corrigir o problema utilizando os mesmos recursos utilizados pelo hacker, fazendo voltar o feitiço contra o feiticeiro. Faz parte desse grupo autodenominado “Robin Hood” um brasileiro chamado Alexandre Van de Sande, também um dos criadores do projeto The DAO desde o início.
Um projeto dessa magnitude e importância deverá passar por vários testes antes de ser utilizado em larga escala, talvez esse ataque sirva de experiência para que sejam revistas as rotinas de segurança que envolvem esses projetos. Talvez, seja preciso testar o desempenho do software com um mínimo de intervenção humana antes de sua versão final, assim como faz a Tesla com os carros autônomos. O carro anda sozinho, mas tem um motorista pronto para qualquer imprevisto.
Ví lá no Ronaldo Lemos. (http://m.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2016/06/1785932-ascensao-e-queda-do-the-dao.shtml)