Para ter sucesso é importante que as empresas fiquem atentas sobre as tendências de comportamento dos consumidores e os reflexos na sociedade. Atualmente, o estudo das tendências além de identificar classes sociais e renda, aprofunda-se na análise do consumo e as atitudes de consumo.
Elaborar estratégias de produtos e de vendas sem entender o cenário ao qual estamos inseridos é como tentar vender mini saia para as mulheres dos anos 60. Um Estudo da Mintel pesquisou as principais tendências para 2016 das quais vou analisar aqui:
PREÇO BAIXO. BAIXO MESMO.
Os consumidores estão explorando modelos de compra alternativos, a crise econômica impulsionou outra crise que já estava nascendo, “a crise dos valores”. Através da tecnologia, as pessoas estão consumindo produtos usados, compartilhados, alugados. A demanda dos serviços ou produtos que podem ser compartilhados vem crescendo. O sentido de posse vem caindo em desuso, estamos vivendo uma época onde tudo se aluga. Vestidos para festas, Iphone para ir na balada, carro para os finais de semana, bicicletas para ir ao trabalho, até mesmo o escritório passou a ser compartilhado. Afinal, por que eu preciso de um lugar fixo para trabalhar sozinho?
PRESERVAR PARA NÃO FALTAR.
Enquanto o país luta contra a recessão, os produtos eficientes com preocupações sustentáveis vem à tona como solução para preservar o que temos e ainda economizar dinheiro. Os consumidores começaram a demandar soluções contra o desperdício e as marcas tiveram que se mobilizar para atendê-los.
Além das marcas, as empresas e indústrias passaram a criar programas de educação, para seus funcionários, com o objetivo de ensiná-los a evitar desperdício de água, papel, energia, comida, entre outros, dentro das empresas. Esse movimento cria uma conscientização geral e uma visão social contra o desperdício. Aplicativos surgem para auxiliar no controle de gastos, como por exemplo o My Shower que mostra quanta água você gasta para tomar um banho ou o aplicativo Agrosmart que ajuda na redução do desperdício de água nas irrigações, já para postos de gasolina criaram programas de compensação na emissão de carbono, esses são apenas alguns exemplos do movimento do mercado e da sociedade em relação a sustentabilidade.
NOVO CONCEITO DE FAMÍLIA
A forma como as pessoas vivem juntas mudou muito nos últimos anos, para as marcas é fundamental entender as novas formas de convivência.
Os novos lares não seguem mais as classificações antigas sobre gênero, classe, idade e etnia dentro das famílias. Como reflexo disso o conceito do que é considerado família mudou radicalmente. Um bom exemplo é a adoção de animais de estimação como membro efetivo da família e não como um “pet”. Pesquisa feita pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostra que existem 52.2 milhões de cachorros de estimação no Brasil, número superior aos 44.9 milhões de crianças entre 0 e 14 anos. Além disso, as pessoas estão vivendo por mais tempo, as famílias contam com grande número de idosos ativos e influentes no comportamento de consumo trazendo novas exigências do mercado. As mulheres dominam o mercado de trabalho, levando os homens a participarem mais das necessidades do lar e dos filhos criando uma compreensão maior entre os gêneros na hora de dividir as tarefas do dia a dia. Os pais também olham com maior atenção para seus filhos e participam diretamente das necessidades e escolhas deles.
Várias marcas de olho nessas alterações, estão criando companhas que valorizam os relacionamentos de diversas outras formas, como exemplo, cito a campanha atual da nova Saveiro que ressalta o carinho o irmão mais velho com o irmão mais novo. São campanhas que valorizam o respeito entre as diversidades de gênero como o bombástico filme publicitário da Boticário no dia dos namorados em 2015 que envolvia casais de todos os tipos, ou a campanha da Pfizer intitulada “velho quem?” que promoveu a reflexão entre as gerações.
PFIZER – VELHO QUEM?
NOVA SAVEIRO 2016 – DINO.
Os consumidores se identificam com as marcas e com as empresas que demonstram relação com o momento atual da sociedade, da cidade ou da vizinhança. As empresas, independente de seu porte ser pequeno, médio ou grande, precisam estar antenadas com as mudanças à sua volta. Oferecer os produtos e serviços através da publicidade tradicional, que apenas ressalta as qualidades do próprio produto, já não proporciona grandes efeitos. É preciso dialogar com a sociedade de modo a participar do processo de sua evolução.
Carla Engel
Na época em que vivemos, a reutilização dos produtos, o aluguel de muitos deles são alternativas para economia de dinheiro, o qual não esta sendo fácil adquirir, mesmo com formação acadêmica , muitas vezes é difícil conseguir emprego.A Globalização trouxe muitos benefícios, mas também houve uma separação das classes sociais, separando os que tem acesso à tecnologia , dos que não tem o mínimo conhecimento de que ela existe.