Jornalismo

O que está acontecendo agora?

O título é o tema do novo serviço do Twitter chamado “Moments”. O serviço vem de encontro a uma tendência que se massifica na web: Aglutinação de conteúdo em uma única plataforma. A ideia de ficar navegando por diversos websites para coletar e consumir informação está ficando para trás.

Plataformas como Facebook Instant Articles, Snapchat Discovery, Apple News são ideias de grandes empresas de tecnologia para proporcionar conteúdo de qualidade aos seus milhares de usuários, sem que ele precise sair de onde está para isso. O Twitter Moments é um canal do Twitter onde jornalistas trabalham como curadores de conteúdo, oferecendo informação de qualidade quase como um jornal. A vantagem desse modelo é o apoio tecnológico.

Dentro das plataformas de redes sociais eles possuem um painel de monitoramento dos acontecimentos, em tempo real, assim como os sentimentos das pessoas em relação a determinada informação. Com esses dados em mãos, a equipe de jornalistas é capaz de gerar conteúdo e priorizar os assuntos mais relevantes que estão acontecendo naquele dia, segmentado de acordo com suas regiões específicas. Ou seja, o que de importante está sendo discutido no Brasil agora? Ou nos Estados Unidos? Qual é o assunto mais relevante na música, nos esportes neste momento? Eles tem as respostas que os jornais tradicionais precisam de muito esforço para descobrir.

À medida em que essas plataformas de conteúdo vão conseguindo mais público e se consolidando no mercado, pouco a pouco vão “roubando” os patrocinadores. Essa é uma grande ameaça para um ramo que atualmente enfrenta uma enorme crise. O mercado dos jornais e veículos de comunicação está passando por total transformação. Na verdade, esses modelos de serviços, lançados por empresas de tecnologia, estão tentando ocupar um espaço em branco, deixado pelos jornais tradicionais, enquanto estes estão “patinando” para entender o novo comportamento do consumidor no consumo de informações.

O próprio mercado publicitário está em busca de uma forma mais natural e efetiva de impactar os clientes, partindo para conteúdos mais atrativos e personalizados. Substituir os banners e peças publicitárias “piscantes” por conteúdos relevantes e interessantes é um desafio que os publicitários terão de enfrentar em conjunto com os jornalistas.

Um caso recente a ser estudado é do Wall Street Jornal, que publicou um site com conteúdo exclusivo sobre a história do narcotráfico, contando como os traficantes de Medelin (Colômbia), montaram um esquema gigantesco de venda de drogas que norteou o tráfico no mundo inteiro. O conteúdo era tão interessante que rodou o mundo através dos jornais, blogs, redes sociais sem que houvesse olhar para seu conteúdo publicitário. Veja em http://www.wsj.com/ad/cocainenomics.

narconomics
É preciso elaborar um conteúdo relevante para as marcas. Algo que gere interesse, reciprocidade e 
admiração por parte dos consumidores. Algo que não seja descartável da noite para o dia, como uma notícia, mas que possa ser consumido, discutido, continuado. Não importa a plataforma utilizada para entrega desse conteúdo mas, é importante que cada plataforma tenha suas peculiaridades respeitadas, que a forma de tratar o conteúdo seja específica para cada meio e não apenas uma replicação da mesma mensagem em diversos canais diferentes. Esse será o papel da publicidade e do jornalismo. O trabalho será muitas vezes de curadoria, baseado em tendências, análise estratégica e algorítmos.

“Nada é permanente, exceto a mudança.” –  Heráclito



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