A revolução tecnológica está impactando profundamente o mercado de mídia tradicional no mundo. Jornais e veículos de comunicação tradicionais estão vendo suas rendas publicitárias secarem, mesmo com os esforços e investimento em suas plataformas digitais. Mas afinal, para onde está indo o dinheiro?
Pesquisa do projeto Inter-Meios mostra a queda expressiva do faturamento dos jornais brasileiros a partir do ano de 2009.
Ao analisarmos o cenário de forma mais ampla é importante olharmos para os Estados Unidos. Pesquisa divulgada pela “Newspaper Association of America” mostra a queda no faturamento dos jornais, que tornou-se mais expressiva a partir do ano de 2009. O grande problema para o mercado está na representação das barras azuis, que indicam o faturamento desses mesmos veículos nas suas versões digitais.
O crescimento do faturamento on-line dos veículos tradicionais não acompanha a bruta queda do faturamento no off-line.
O principal problema do mercado de comunicação é justamente esse descompasso entre a queda acentuada do faturamento da mídia off-line versus o aumento tímido do faturamento na mídia digital desses veículos. Grandes corporações tem muita dificuldade em inovar, os processos operacionais são enraizados, jovens talentos tem imensa dificuldade em implementar mudanças na empresa por conta da hierarquia e disputas pelo poder na empresa. O medo de perder o cargo de direção impede que diretores e gestores deem espaço para jovens talentos com novas ideias e visões. Com isso as empresas passam a encolher e perder espaço no mercado altamente tecnológico.
Mas afinal para onde foi o dinheiro?
Gráfico de faturamento do Google com publicidade em Bilhões:
Gráfico de faturamento do Facebook com publicidade em Milhões:
Empresas de tecnologia estão dominando totalmente o mercado publicitário no mundo. Google e Facebook crescem em velocidade avassaladora, a direção dos investimentos publicitários está mudando de mão, de olhar e de estratégia. Não basta ter nome e credibilidade no mercado, é preciso entregar resultados mensuráveis, possibilitar que os clientes tenham dados para analisar o perfil de seus clientes, traçar estratégias personalizadas e entregar valor.
Pesquisa da ZenithOptimedia lista as 30 maiores empresas do mundo. Google lidera a lista à frente de empresas muito antigas e tradicionais como Walt Disney, 21st Century Fox, CBS Corporation entre outras. O Facebook saltou de 24º para 10º colocado, a chinesa concorrente do Google, Baidu subiu de 28º para 14º lugar. A única empresa brasileira da lista é o Grupo Globo que está na 17ª colocação da lista. (Confira a lista completa na matéria da Folha)
Esse cenário ainda é um mar aberto. Jornais, revistas, veículos de mídia, clientes, agências e empresas de tecnologia lutarão para conquistar espaço no mercado de mídia. Os caminhos para o sucesso ainda são desconhecidos, mas alguns aspectos parecem fundamentais para o sucesso das empresas:
Coragem para mudar – Não adianta ficar preso ao mesmo plano de negócios que deu certo anteriormente.
Não ter medo de tecnologia – Quem tiver receio de ampliar a participação da tecnologia dentro da empresa, automatizar processos, capacitar funcionários para entender as tendências, ficará para trás. Engenheiros são seus melhores amigos nesse momento.
Inteligência analítica – A comunicação está personalizada, clientes não querem mais ser tratados como números, querem produtos e serviços personalizados, que resolvam seus problemas específicos. Para isso a análise de dados de comportamento são fundamentais.
Aprenda com os jovens – A nova geração é a catalizadora das mudanças, o mundo pertence a eles, as marcas também.