(Foto destaque – http://fasten.cgsociety.org/)

Algumas tendências, para este ano, consideradas de grande importância na comunicação digital.

TECNOLOGIA EM ANÁLISE DE DADOS

O ser humano faz escolhas o tempo todo, porém, as máquinas estão substituindo essa função. Softwares potentes escolhem as notícias que vamos ler na nossa “time line”, quais investimentos devemos fazer  com base na movimentação do mercado financeiro e nosso perfil. Estão escolhendo, até mesmo, qual é a melhor opção de paquera da noite. Cada dia mais, o uso da tecnologia de análise de dados está possibilitando previsões e sugestões mais assertivas e inteligentes para as pessoas.

CIDADES CONECTADAS

As cidades estão cada vez mais conectadas e inteligentes. Automatizar a gestão das cidades passou a ser uma questão de sobrevivência e progresso, até mesmo para as pequenas cidades. As inovações vão desde sensores em bueiros para evitar entupimentos e enchentes, semáforos que emitem aviso eletrônico caso parem de funcionar, radares inteligentes que controlam o tráfego, sistemas que emitem relatórios de saúde alertando sobre possíveis epidemias, entre muitas outras.  

INTERNET DAS COISAS

Muito além do “Smartphone”, nossa vida está sendo inundada por dispositivos tecnológicos que estão afetando nosso estilo de vida. Em um curto prazo, já com alguns resultados nesse âmbito, os equipamentos eletrônicos conversarão entre si. A geladeira conversará com o freezer, com o micro-ondas, com a máquina de lavar roupa, com a enceradeira eletrônica, com a televisão, com a cortina, as casas estarão conectadas, assim como, as empresas e as fábricas. Nossa roupa vai medir nossa temperatura, nossa pressão arterial, nos enviando avisos através do relógio e por aí vai…

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Neste tópico temos as máquinas com capacidade de se reproduzir e se aprimorar, os robôs com velocidade mais rápida que nós, seres humanos, são os mecanismos capazes de resolver equações e cálculos antes quase impossíveis. A inteligência artificial aprimorada vai revolucionar nosso modo de vida, nossa ciência, nossa economia. Essa evolução é notória e perigosa, quais os limites éticos disso?

GUERRA E TERRORISMO CIBERNÉTICO

A questão ética será o grande desafio, qual é o limite? E as pessoas respeitarão? É difícil imaginar o que a China fará com a tecnologia que dispõe, em mãos, e qual utilização será aplicada em casos de conflitos ou guerras. O terrorismo que ameaça a paz mundial possui mais tecnologia do que mecanismos para tramar as operações em segurança. A disputa entre público e privado, segurança e privacidade é de uma complexidade imensa. A internet deverá ser um ambiente criptografado, onde todos poderão navegar livremente proporcionando liberdade e autonomia à sociedade ou deverá ser um lugar controlado pelos governos em nome da segurança mundial? Nossos governos são capazes de nos proporcionar segurança de forma isenta e honesta?

MANIFESTAÇÕES E ATIVISMO

Em um cenário onde o estado se afasta progressivamente da sociedade, a internet passou a ser um instrumento político para os cidadãos. Discutir sobre política é fazer política. Manifestação é um ato político de quem não exerce o poder. No Brasil (e em alguns outros países também) o estado criou mecanismos de manutenção de poder, onde as regras são elaboradas para blindar o governo da justiça, isentando os políticos da responsabilidade por seus atos, enquanto a sociedade sofre as consequências. Através da internet, cada cidadão tenta as mudanças que acredita serem necessárias.

POLARIZAÇÃO E EDUCAÇÃO

As discussões estão acirradas, na internet, nos últimos anos. Virou  vermelho contra azul, Corinthians contra Palmeiras e outras diferenças políticas e religiosas. Apesar de não ser o caminho ideal, faz parte do processo. O poder de voz do cidadão não passava da vizinhança do seu bairro, hoje pode ganhar o mundo.  As pessoas precisarão aprender a conviver em um mundo onde o direito é de todos, do mesmo modo que a responsabilidade e deveres também. O paternalismo deve ficar de lado, é inevitável à  cada um escolher seu próprio caminho. Discutir e questionar faz parte de um processo de educação coletiva onde toda a sociedade deve participar, aquele que se isentar estará deixando o caminho aberto para os mal feitores.

CRIMES CIBERNÉTICOS E BUROCRATIZAÇÃO

Está em curso a CPI dos crimes cibernéticos cujo relatório vai determinar se teremos uma cartilha democrática ou não. Pode ser aprovado um texto que criminaliza o cidadão que criticar um político na internet. É um tema complexo, que pode burocratizar e amarrar a participação da sociedade nas redes. Liberdade demais não é bom, censura também não. Opinião, independente da mídia,  deve ser publicada com direito e responsabilidade.

A INVASÃO DOS DRONES

Já constatamos que os drones podem ser ferramentas fantásticas, porém, precisam de regulamentação. É preciso lidar e antever o uso do bem e do mal. Uma regularização mal elaborada pode atrapalhar o avanço das tecnologias e a criação de projetos inovadores, portanto,  precisa ser bem pensada.

O FIM DE INTERMEDIAÇÃO

Estamos todos conectados. O marketing deixou  de tratar consumidores como grupos de classes e passou a dar atendimento individualizado. O novo caminho é a venda “one to one”. Aplicativos permitem que as pessoas se comuniquem e façam negócios entre elas, independente de empresas e intermediadores. Temos como exemplos o Easy Taxi, Uber, Skina…

A NOVA ERA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES

O Netflix, o Youtube, o Periscope, os vídeos no Facebook, o Spotify, as rádios on-line e alguns outros aplicativos de telecomunicação já provaram que os grandes grupos pararam no tempo. O modelo da década de 1990 está absoleto e as empresas precisam reagir. As TVs  que não se integrarem com a internet e não oferecerem programação sob demanda para seus usuários talvez não sobrevivam.

EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI

Acredito que a mais necessária das revoluções está no âmbito da educação. As escolas vagarosamente migram para um modelo mais dinâmico e adequado ao mundo conectado. Mas a grande questão  é entender o novo conceito onde  “ensino a distância” e “ensino presencial” na realidade não mais existem e sim fazem parte de um mesmo ambiente com informações para professores e alunos conviverem, compartilharem e estudarem.

COMPARTILHAR AMOR

Por fim, não é necessariamente uma tendência, mas um desejo meu. Que possamos viver em um mundo onde as pessoas compreendam a importância que elas tem umas perante as outras e ao planeta. Tudo que fazemos, falamos, mostramos, compartilhamos afeta de alguma maneira na atmosfera e na sociedade. Que em 2016 vejamos nascerem mais projetos como o Mapa do Amor. Projeto que elaborou um mapa com histórias de amor contadas pelas pessoas em diversos pontos da Cidade de São Paulo.

“Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já me não dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.”

(Fernando Pessoa)