Redes Sociais

Os palcos da mídia

(Foto destaque do Memo Vasquez. https://www.flickr.com/photos/el_memo/)

Ao estudarmos a mídia e a relação das pessoas com ela, alguns aspectos se apresentam nesta análise. A apresentação performática faz parte da comunicação das empresas para vender produtos, bem como, cuidar da parte da apresentação das pessoas para “vender” sua personalidade ou até para gerar visibilidade para seus talentos. As empresas utilizam-se dos palcos, da televisão, do rádio, dos jornais e afins, para suas apresentações já, as pessoas, com o advento das redes sociais, substituíram as ruas, os espaços públicos e/ou privados, as reuniões e encontros de grupos para suas performances, por grandes palcos multimídias conectados e plugados ao mundo. Os termos feitura, apresentação, performance e performativo abordam algumas das formas de expressão. Essa maneira de pensar sobre a sociedade, nos oferece uma importante rota para refletirmos sobre a mídia e sua importância.

Em produções profissionais ou amadoras, as pessoas se adaptam às linguagens da internet. Ao produzirem seus conteúdos em vídeo, imagem, áudio e texto optam por utilizar  suas próprias habilidades. São produtores de si próprio e demonstram sua visão em relação ao todo. Produzem a espetacularização daquilo que pretendem mostrar ao mundo.

“Nosso mundo é um mundo de aparência visível. Vivemos numa cultura apresentacional em que a aparência é a realidade. Indivíduos e grupos apresentam suas faces ao mundo em cenários onde administram sua performance com mais ou menos confiança: palcos em que o que fazemos é para mostrar, para impressionar os outros e definir e manter nosso senso de nós mesmos, um senso de identidade; palcos que, por sua vez, dependem de bastidores onde, fora da visão de nossa audiência, podemos preparar a maquiagem, a transformação. (Por que estudar a mídia, 1999, Roger Silverstone)”

Cabe ao público, definir, navegar, entender e analisar sobre os aspectos de entretenimento, o que vale a pena ser visto, curtido, seguido, compartilhado, contextualizado ou discutido. Fica aberta a sessão de julgamentos, análises morais e éticas, gosto ou desagrado. A internet escancara a individualidade, ignora a privacidade e transforma tudo em mídia. Algumas visões são importantes para nossa reflexão sobre o assunto:

“A primeira é a percepção de que toda ação é comunicação. A segunda é que a performance quase sempre implica idealização. A terceira é que o sucesso de uma performance, na vida diária como nos espaços delimitados do palco e da tela, depende dos julgamentos e da aceitação de um público. E o argumento final, que não pertence a Goffman, mas foi apresentado criticamente por outros, é que a modernidade trouxe consigo, quando encorajou a possibilitou a emergência de uma vida privada mais pública, a intensificação desses comportamentos performativos, os quais criam tanto o social como o individual e permitem ao performer não só apresentar-se para o outro, mas revelar-se a si mesmo – um ato essencialmente reflexivo. (Por que estudar a mídia, 1999, Roger Silverstone)”

Pocketsuke e o sucesso com sua performance da música “The Final Countdown”

As expressões amadoras, no teatro da vida.

 

Acostumados com o consumo de mídia por longos períodos, toda essa geração aprendeu como funciona a estrutura de um espetáculo, seja ele televisivo, teatral ou musical. Com as novas formas de divulgação, cria-se um ambiente propício para colocar em prática a criatividade de quem deseja se expor. Os novos aparelhos tecnológicos, além de proporcionar a exposição e publicação imediata, estão sendo desenvolvidos juntamente com uma gama de softwares e aplicativos que permitem a criação, edição e produção desse material de forma simples e gratuita.

“Sabemos alguma coisa sobre performance, inocentemente por assim dizer, porque a vemos em nossa mídia o tempo todo. E, apesar de saber algo acerca das fronteiras entre espaços públicos e privados, como também das diferenças entre realidades mediadas e experienciadas, sabemos que as fronteiras tanto separam como ligam: são barreiras, mas também são pontes. Nós as cruzamos, como também cruzamos a fronteira entre performer e a audiência, com crescente desenvoltura, como algo natural. (Por que estudar a mídia, 1999, Roger Silverstone)”

A mídia está em tudo, está no consumo de informações, na relação da sociedade com os produtos e serviços, no entendimento do que acontece no mundo e na política, na instrução e educação. Em um mundo digital, a mídia está além de tudo, profundamente interligada à comunicação e relacionamento entre as pessoas.

 “Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.” – Carlos Drummond de Andrade



One comment

  1. ana maria gonzalez

    Muito bacana o vídeo Stand by me. Adorei!

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