Redes Sociais

Dar as mãos

Vicent Van Gogh morreu pobre, praticamente anônimo. Em toda sua vida conseguiu vender apenas um quadro.  Suas pinturas tinham uma inovação radical, para a época em que ele vivia e, possivelmente não conseguiu atingir a compreensão do grande público. Após sua morte, de forma crescente, passando pelos salões de arte, pelos admiradores e grande público sua obra ganhou notoriedade e reconhecimento. Estudos posteriores apontaram que Van Gogh pintava suas obras questionando alguns dos grandes dilemas da ciência humana, a teoria da relatividade e da turbulência. Talvez, se Vicent tivesse vivido nos dias de hoje, sua obra teria alcançado o mundo enquanto ainda era jovem.

O alcance da informação proporcionado pela internet transforma, de maneira profunda, os acontecimentos que semeiam o caminho da história humana. Em um ambiente onde as pessoas estão conectadas, umas às outras fica cada vez mais forte a presença de um questionamento coletivo sobre as organizações, fica mais difícil a manipulação da consciência humana, através da mídia, muito mais difícil enganar o povo. Se houvesse, na época de Van Gogh, uma rede que o interligasse aos que compreendiam sua arte, sua causa, seus ideais, o impacto de sua obra seria suficiente para mudar sua trajetória durante a vida.

Essa ligação, essa rede, não dependente da tecnologia, não precisa ser estabelecida pela internet, basta existir a comunicação e o consentimento entre as pessoas. O que vimos neste domingo foi a concretização de uma rede nacional, onde os pontos de ligação retratavam o olhar de cumplicidade, a bandeira na janela, a cara pintada, o piscar das luzes dos apartamentos, o bater de panelas, os apitos, são todos aspectos de uma mensagem coletiva assinalando   “Você não está sozinho”.

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Vimos muitos rostos, muitas histórias de vida, variadas cores, tons de vozes, formas de expressão, experiências. Adultos, jovens, idosos, cadeirantes, pessoas com bengalas, de bicicletas, de skates. Cada ser presente mostrando seu verdadeiro eu e condição, lutando por seus direitos, por justiça, por verdade. Foi criada uma rede feita de seres orgânicos, construída com sonhos e indo à luta por seus direitos e dignidade.

Grande parte dos inovadores, aqueles que seus feitos estavam muito à frente do seu tempo, fracassaram por falta de apoio e visão da sociedade. A rede social, aproxima as pessoas, faz com que os inovadores, revolucionários, aqueles que buscam algo melhor percebam estarem acompanhados. Na rede, encontram outros com os mesmos princípios, fundamentos, ideais e, juntos, ganham força para seguirem em frente. “A comunicação acontece quando você se identifica com o outro”. Neste domingo, dia quinze de março de dois mil e quinze as pessoas deram as mãos para cantarem o Hino Nacional.

Com certeza nos encontramos diante de novos tempos, onde fazer o bem compensa,  o amor ao próximo leva  ao auxílio sem esperar a troca, a prosperidade social fica mais importante à do indivíduo, a soma de todos supera o todo. Buscamos viver  na plenitude do entendimento do papel de cada um, perante o mundo, como cidadãos cientes de seus direitos e deveres. Estamos descobrindo que viver bem, juntos, é o caminho melhor à sobreviver  sozinho.

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 ” Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos.” – (Antoine de Saint-Exupéry)



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