Redes Sociais

FaceApp ressurge e continua oferecendo risco à privacidade dos usuários

Com um filtro de “troca de gênero” o aplicativo russo FaceApp volta a viralizar nas redes sociais, cerca de um ano após o filtro “envelhecimento”. O aplicativo conta também com outros filtros como “mais jovem”.

Mesmo com atualizações em seus termos de uso, o app continua com práticas duvidosas de privacidade e segurança como cessão de dados a terceiros e até por não assumir responsabilidade pela segurança das informações.

Com política de privacidade extremamente vaga, não oferecem informações de como os dados do usuário são utilizados pela companhia, dando brechas para uso abusivo das fotografias por parte da empresa.

“Esta é uma política de privacidade padronizada, que efetivamente oferece a você nenhuma proteção” – afirma o comentarista de tecnologia Stilgherrian ao veículo ABC News.

A companhia afirma que usa ferramentas de análise de terceiros para medir o tráfego e as tendências de uso e que essas ferramentas coletam informações como “páginas da web visitadas, extensões e outras informações que nos auxiliam na melhoria do serviço”. Neste último trecho, o aplicativo admite poder coletar qualquer tipo de informação que ele próprio julgar conveniente, sem especificar quais dados ou como serão trabalhados.

No item, “Compartilhamento de Suas Informações”, o FaceApp afirma que “nós não iremos alugar ou vender suas informações para terceiros fora do FaceApp ou do grupo de empresas das quais a FaceApp faz parte”. Porém, logo a seguir a plataforma diz que compartilha algumas informações com parceiros de publicidade de terceiros, com o objetivo de fornecer anúncios segmentados.

O aplicativo ainda se resguarda o direito de contornar leis de proteção de dados de determinadas regiões, transferindo dados dos usuários para servidores em países onde tais legislações não existem, conforme descrito em “Como armazenamos suas informações”, afirmando que suas afiliadas ou provedores de serviços podem transferir informações coletadas, incluindo informações pessoais, além das fronteiras do seu país ou jurisdição para outros países ou jurisdições ao redor do mundo. Se você estiver na União Europeia ou em outras regiões com leis que regem a coleta e uso de dados que possam diferir da legislação dos EUA, por favor, note que podemos transferir informações, incluindo informações pessoais, para um país e jurisdição que não tenha a mesma proteção de dados.

Em Termos de Uso, você concede ao FaceApp uma licença perpétua, irrevogável, não exclusiva, isenta de royalties, global, totalmente paga, sublicenciável e transferível para usar, reproduzir, modificar, adaptar, publicar, traduzir, criar trabalhos derivados, distribuir, executar publicamente e exibir seu Conteúdo de Usuário e qualquer nome, nome de usuário ou imagem fornecidos em conexão com o seu Conteúdo de Usuário em todos os formatos e canais de mídia atualmente conhecidos ou desenvolvidos posteriormente, sem qualquer compensação para você.

No trecho supracitado, a companhia indica que poderá fazer o que quiser com as fotos enviadas para o app, e essa ação é irrevogável. Uma vez que os termos de uso forem aceitos por alguém, essa pessoa não terá mais direito de voltar atrás e suspender o direito do aplicativo de usar suas imagens.

Um pouco mais adiante, o texto afirma que aceitar os termos implica em dar consentimento para que o FaceApp use o conteúdo de usuário independentemente de esse conteúdo incluir nome, semelhança, voz ou personalidade de um indivíduo em nível suficiente a indicar sua identidade. Assim, seu rosto, seja ele envelhecido ou não, pode acabar em um outdoor em um país remoto sem que você possa reclamar.

Há controvérsias

O fato de o FaceApp ser desenvolvido pela Wireless Lab, uma empresa russa, também tem sido motivo para levantar suspeitas. No entanto, o funcionamento do app em si não parece ter nada de anormal. A Kaspersky analisou o serviço e não identificou atividade maliciosa. “A foto é enviada para os servidores do app, que fazem a modificação e enviam de volta para o usuário”, descreve Fabio Assolini, analista sênior de segurança da empresa de antivírus.

Outro debate a respeito da plataforma é seu histórico de racismo. Ao ser lançado (início de 2017) o FaceApp possuía um filtro de “embelezamento” que clareava o tom dos usuários, causando resultados inusitados em pessoas negras.

O CEO Yaroslav Goncharov, ao site TechCrunch, se desculpou pelo problema, alegando que o clareamento era um “efeito colateral infeliz da rede neural subjacente causada pelo viés do conjunto de treinamento, não um comportamento pretendido.”

Fontes:

Estadão

Techmundo

Imagem Canaltech



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