E-mails sigilosos que fazem parte de um processo apontam que o Facebook liberava dados de seus usuários (sem consentimento) para beneficiar algumas empresas, entre elas, estão o Airbnb, Netflix e Lyft.
Além de ser uma prática de mercado desleal, a investigação aponta que não ficou claro qualquer consentimento dos usuários em relação a esse esquema. Nos e-mails, também é possível verificar que o Facebook bania as empresas que considerava “rivais”, como o Vine e o Twitter.
As informações foram apontadas pelo The Wall Street Journal, que noticiou detalhes de uma disputa judicial envolvendo o Facebook e a desenvolvedora Six4Three. Os e-mails enviados entre 2012 e 2015 foram revelados na quarta feira (5) de dezembro pelo Comitê de Assuntos Digitais, Cultura, Mídia e Esportes do parlamento britânico (DCMS, na sigla em inglês) que divulgou um sumário das conclusões da investigação contendo mais de 200 páginas.
Críticos do Facebook dizem que os documentos encaminhados ao tribunal no processo da Six4Three podem iluminar práticas que comprometeram a privacidade de usuários e poderiam representar violação de um acordo assinado entre a Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos e a rede social em 2011. (Folha de São Paulo)
As supostas práticas teriam sido adotadas a sete anos atrás, mas vieram à tona com o andamento das investigações e ganham força após o escândalo de vazamento de dados que envolve a Cambridge Analytica.
O Facebook se defende dizendo que o material relacionado ao caso está sendo utilizado de forma seletiva para pintar um retrato enganoso sobre um período no qual a empresa estava começando a limitar severamente as informações que desenvolvedores de apps podiam obter da plataforma.
“Os documentos recolhidos pela Six4Three para esse caso, sem fundamento, contam apenas parte da história, e são apresentados de maneira muito enganosa, e fora do contexto”, afirmou Konstantinos Papamiltiadis, diretor de plataformas e programas para desenvolvedores do Facebook, em comunicado divulgado na semana passada. (Folha de São Paulo)
Muitas pessoas não vêm grande gravidade neste tipo de situação envolvendo vazamento de dados pessoais, porém quando a sociedade atingir maior maturidade no cenário digital, as empresas que não conseguirem manter a credibilidade em relação à segurança dos dados pessoais podem perder espaço e abrir caminho para novas plataformas concorrentes. O Facebook está passando por uma turbulência e terá de atuar com mão firme para conquistar de volta a confiança, não só dos usuários, mas dos governos ao redor do mundo.