Tecnologia

Quadriplégico consegue mover os braços por implante cérebro-computador

quadriplegico consegue mover o braco por implante no cerebro

Paralisado até os ombros, Bill Kochevar, de 56 anos, reconquistou o movimento de seus braços e mãos através de uma interface cérebro-computador.

De acordo com pesquisadores da Universidade Case Western nos Estados Unidos, este é o primeiro caso de superação de uma quadriplegia com o auxílio de tecnologias de estimulação e registro cerebral implantadas temporariamente, conforme divulgado pelo artigo publicado na Lancet, canal de publicações acadêmicas.

Bill sofreu trauma na espinha em 2006 por conta de um acidente ciclístico. Após isso ele se inscreveu em um programa de teste chamado BrainGate.

O processo foi penoso, inicialmente ele se submeteu a uma cirurgia onde foram aplicados eletrodos em seu cérebro na região do córtex motor, responsável pelo movimento das mãos. Durante 4 meses os eletrodos registravam os sinais cerebrais e enviavam a um computador que aprendia a decodificar os comandos de movimentos enquanto o paciente controlava uma mão em realidade virtual.

Em seguida 36 eletrodos foram implantados em seu braço para estimulação muscular. Foram necessários 18 semanas de estimulação elétrica para reconstituir o músculo que estava sem sensibilidade. Então, os eletrodos de estimulação cerebral e de registro cerebral foram ligados ao sistema BrainGate que proporcionou ao paciente mover o braço, alcançar objetos, beber água com um canudo. Cada tentativa levou cerca de 30 segundos para ser concluída.

Questionado, Bill Kochevar disse aos pesquisadores: “É muito bom que eu consiga movê-lo sem precisar me concentrar arduamente nisso. Eu simplesmente ‘penso’ e o movimento acontece.” (Motherboard Vice)

Por conta do braço estar parado por muito tempo, foi necessário um feedback visual contínuo para manter o progresso do movimento para atingir o objetivo esperado, porém, segundo os médicos, o sistema ofereceu “controle intuitivo” para os movimentos de alcance e pegada dos membros.

“Essas ações são representativas de movimentos necessários para executar várias tarefas tipo alcançar objetos, as quais sugerem que cada vez mais atividades funcionais podem ser conseguidas com o sistema atual”, afirmam os pesquisadores do BrainGate. (Motherboard Vice)

Os eletrodos são provisórios e de fácil remoção. Os pesquisadores estão otimistas quanto aos resultados, acreditam que cobrindo maior número de neurônios motores, músculos mais profundos e variados, será possível avançar no controle dos movimentos por meio da interface cérebro-computador.

Fonte: Motherboard Vice

Artigo acadêmico original em inglês: The Lancet

 



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