Redes Sociais

Novas fobias surgem com as redes sociais

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A vida acontece em tempo real. A cada instante, novos fatos surgem, nascem, afloram, despontam em nossa vida “real” e nossa vida “virtual”. Estamos conectados ao mundo de um modo que nossos afazeres cotidianos misturam-se aos acontecimentos globais. Simultaneamente às tarefas do trabalho, estamos ligados ao celular para não perdermos a próxima notícia sobre aquele importante fato de impacto ao mundo, ou não.

Essa dinâmica moderna, impõe às pessoas  uma grande pressão e ansiedade.  É difícil controlar, regular e gerenciar o tempo. O excesso de informações é apontado como a causa de uma nova fobia conhecida como FOMO[1], Fear of missing out, algo como “medo de ficar por fora”. Uma sensação estranha de correr o risco de perder algo importante do que acontece lá fora e deixar escapar as atualizações mais interessantes das “redes sociais”.

Esse sentimento altera de forma consistente o comportamento da sociedade, principalmente dos mais jovens, adeptos e entusiastas dos meios de comunicação digital. O medo de perder algo relevante ou muito interessante, provoca um tipo de vício, um hábito excessivo de olhar as atualizações das “redes sociais” no celular ou computador. Plataformas de comunicação digital como o Snapchat e Periscope, podem agravar esse comportamento, uma vez que as atualizações são on-line, ao vivo, o que implica que não estar ligado(a) significa deixar passar algo que se queria saber.

Novas fobias surgem com as redes sociais

Os consumidores, aqueles que recebem as informações, são os mais afetados por esse comportamento. Porém, do outro lado da linha, encontramos também envolvidos nesse processo, os produtores, responsáveis por produzirem os conteúdos para as plataformas digitais, profissionais ou amadores, com o foco no mesmo objetivo que é obter o sucesso. As métricas desse sucesso são a audiência, curtidas, compartilhamentos, interações, cuja ansia do resultado podem acarretar para o produtor, o medo de passar despercebido, pelo baixo alcance. Surge então outra fobia, FOJI¹, fear of joing in, medo de entrar nas redes sociais e não ser criativo o suficiente para publicar algo legal, não ter nada interessante para dizer, não ganhar seguidores ou curtidas, ser irrelevante. 

Publicar ou não nas “redes sociais” passa a ser fator decisivo para julgamento e interpretação social do indivíduo. “Fulano foi à festa e não publicou nada no Facebook.” A festa foi ruim? Não havia nada para mostrar?  Ou foi extremamente excitante a ponto do celular ficar de lado? Podemos concluir que entramos na era das aparências, das especulações, da midiatização. O que não foi publicado, passa a não existir.

[1] FERRIER, M. (2016). The Guardian.



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