Para entender essa afirmação precisamos voltar no tempo. Em 1985, muito antes da internet ser popularizada, Stewart Brand e Larry Brilliant fundaram o The Whole Earth ‘Lectronick Link’, conhecida como a primeira comunidade virtual criada. O sonho dos fundadores era criar um espaço público de pensamentos e discussões sobre diversos temas, desde assuntos políticos graves até coisas do cotidiano, tudo era discutido pelas pessoas através da rede.  O The Weel, apelido pelo qual era conhecido, durante anos foi considerado como um beco, um espaço cibernético para Geeks da contracultura. Porém ao longo do tempo ganhou relevância devido aos seus participantes ilustres como o líder da banda Grateful Dead que fazia grande sucesso na época. A rede virtual existe até hoje (http://www.well.com/) e é reconhecida como a grande influente para a criação das plataformas modernas como o MySpace, Twitter e Facebook.

Ao analisarmos a ideia de “rede” precisamos levar em consideração qual abordagem está sendo empregada para o tema, J.A.Barnes destacou sua preocupação com a heterogeneidade dos usos da noção de redes, onde a ideia de “rede” poderia tornar uma palavra da moda, sem definição clara ou utilização específica.

“Para Barnes (1972), não existe uma teoria de redes sociais, sendo possível a adaptação da noção de rede à diversas teorias. A concepção básica de redes – tanto para uso metafórico, quanto para o uso analítico – seria a de que a configuração de vínculos interpessoais entrecruzados são de forma inespecífica conectados às ações dessas pessoas e às instituições da sociedade. A ideia que permeia a metáfora de redes, é a de indivíduos em sociedade, ligados por laços sociais, os quais podem ser reforçados ou entrarem em conflito entre si.” (BARNES, J apud ACIOLI, Sonia. Redes Sociais e Teoria Social: Revendo os Fundamentos do Conceito).

Se avaliarmos as redes como ligações sociais entre indivíduos com vínculos interpessoais, podemos afirmar que qualquer grupo é uma rede social, seja ele um grupo que se reúne para praticar caminhada pelo bairro ou um grupo de estudos no WhatsApp.

A reconfiguração do espaço.

Uma modificação profunda das tecnologias da comunicação na sociedade é a reconfiguração dos espaços percebidos. A internet reduz as distâncias entre a comunicação dos indivíduos. Não estamos falando da distância física, mas da percepção dessa distância. Não é possível apenas ter “acesso” as informações que vem de outros lugares, mas é possível trocá-las, participar, colaborar e interagir. No ciberespaço não existe distância física, é possível a troca (conversa, interação) em tempo real entre pessoas em lugares diferentes. Com o avanço da realidade virtual essa sensação ficará muito próxima até da experiência do toque, além da visão e audição.

A noção de espaço é constantemente modificada, entre os mais jovens a hora de “ir cada um para sua casa” não significa mais distanciar-se, como na época em que eu era criança e ficava triste quando minha mãe me chamava para sair da rua onde brincava com a turma. Hoje, os amigos podem continuar juntos online.

Apesar do Facebook proporcionar essa experiência de sociabilidade, a plataforma não é necessariamente uma rede social, essa característica depende, exclusivamente, de como as pessoas utilizam a ferramenta.

O Facebook é uma plataforma de comunicação que é atualizada por seus próprios usuários. Pessoas e empresas populam a plataforma com informações relevantes para que haja interesse nas pessoas em continuar circulando por aquele espaço virtual. Dentro dessa inteligente plataforma são oferecidas condições de publicidade para que empresas e até mesmo pessoas físicas invistam dinheiro para ganhar visibilidade. Nesse sentido podemos considerar o Facebook como uma mídia digital e não necessariamente uma rede social.

Qual sua opinião sobre o assunto?

“A maior de todas as artes é a arte de viver juntos” (Autor desconhecido)