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Fica brincante.

Arte, brincadeiras e o direito de sonhar. O progresso devastador e cinza passa por cima de quase toda forma de arte. Os capitalistas não tem tempo para brincadeiras. A especulação imobiliária vai fechar as portas do teatro-escola, mantido desde 1992 na Vila Madalena para construção de prédios.

Ao contrário desse cenário, parte cada vez maior da sociedade entende que viver é mais do que acumular riqueza. Grupos lutam pela sobrevivência da arte, pessoas entendem que brincar faz parte da saúde do ser humano, a brincadeira é encarada como uma saída da consciência da rotina, uma válvula de escape da mente humana. Nesses momentos onde a deixamos a imaginação se desenvolver, descobrimos coisas fantásticas que trazem de fato algum sentido à vida.

Vale a pena salientar a história desse pernambucano/paulistano chamado Antônio Nóbrega, que entre muito suor, trabalho e arte, idealizou o Instituto Brincante em São Paulo, local de oficinas, mostras e encontros artísticos. Como o teatro brincante é pequeno, com capacidade para apenas 80 pessoas, Antônio juntou dinheiro e comprou duas casas pequenas, que ficam perto do Instituto, com o objetivo de criar uma espécie de almoxarifado para guardar os materiais utilizados nas peças. Ele não imaginava que essa seria a salvação do teatro.

Em 2014 eles receberam uma notificação de despejo por parte de uma incorporadora que reivindicou o imóvel e só não foram despejados rapidamente por conta de uma forte manifestação popular em espaços públicos e na internet com a Hashtag #ficabrincante.

“A campanha #ficabrincante mostrou que o reboliço popular tem poder. Tanto na internet, quanto na brincada, que juntou 10 mil pessoas em uma mega ciranda no Parque do Ibirapuera, em agosto do ano passado. Conseguimos adiar a ordem de despejo e ficar na atual sede até dezembro de 2015.”

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Após ganharem tempo, eles ainda precisavam de cem mil reais para reformar as duas casas velhas e transformá-las em um novo teatro.

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Graças ao financiamento coletivo no Catarse e engajamento de muita gente, eles atingiram 107% da meta e arrecadaram mais de cento e sete mil reais.

Uma demonstração popular de uma geração que não pensa somente no dinheiro e questiona os valores da sociedade consumista.

*Antonio Nóbrega foi homenageado no Prêmio Cidadão São Paulo de 2015 na última quinta feira dia 26 de novembro.

“Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria.” – Charles Chaplin



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