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Telas, telas e mais telas.

(Foto destaque do – https://www.flickr.com/photos/26484080@N08/)

A máquina do corpo humano pode ser treinada e moldada para assumir condicionamentos. Esse processo se dá através de trabalhos repetitivos. Quando vamos à academia de ginástica e levantamos repetitivamente peso de um determinado padrão, passamos com o tempo a nos acostumar com esse peso e criamos uma capacidade para levantar mais peso. Diversos setores do corpo humano trabalham dessa forma, inclusive a mente. Esse processo de aprendizado piora ou melhora alguma condição, dependendo de seu uso. É o que veremos a seguir:

Com o crescimento acelerado da tecnologia aplicada à dispositivos de comunicação, o comportamento das pessoas muda progressivamente e passa a assumir novos padrões de comportamento em relação a esses objetos.

Exemplo disso é o crescimento do uso do aparelho de televisão simultaneamente a outros. Segundo pesquisa da ComScore realizada em 2014, 76% das pessoas utilizam simultaneamente algum outro aparelho enquanto assistem televisão. (Veja no gráfico abaixo).

pesquisa

Esse é apenas um exemplo de quanto o comportamento das pessoas mudou cotidianamente em relação aos aparelhos de comunicação, além disso, parte importante desse processo são os games que estão cada vez mais dinâmicos, acelerados, testando em “nível hard” a capacidade de resposta rápida do cérebro ao executar comandos. Todo esse processo está diminuindo a capacidade de concentração dos seres humanos, apontam os cientistas.

A pesquisa realizada pela Microsoft envolveu 2 mil canadenses que responderam perguntas e participaram de jogos online para avaliar a capacidade de concentração. O resultado conclui que o nível de concentração está sendo reduzido devido aos impactos da interação desses dispositivos na vida das pessoas.

No ano 2000, a capacidade média de atenção das pessoas era de, 12 segundos. Em 2013 esse índice caiu para 8 segundos.

Durante a pesquisa foram feitos exames de eletroencefalograma entre os voluntários enquanto assistiam a diversos tipos de mídia ou jogavam on-line para que fosse analisado o quanto à atenção mudava de um assunto para o outro.

Aquelas pessoas que tinham perfil “heavy user” digital, ou seja, utilizavam além da média os dispositivos, tinham maior dificuldade em manter a concentração em um assunto específico.

“Canadenses com um estilo de vida mais digital (aqueles que consomem mais mídia, consultam várias telas ao mesmo tempo, entusiastas de mídias sociais e os que adotaram a tecnologia mais cedo) têm dificuldade de se concentrar em ambientes onde a atenção prolongada é necessária. Por quê? Devido à adrenalina do que é novo”, escreverem os pesquisadores. (Fonte BBC Brasil)

De outro lado, as pessoas que adotaram essas novas tecnologias mais cedo, aprenderam a processar grandes quantidades de informações antes de mudar o foco da concentração.

“Eles são melhores para identificar (os temas) com que querem ou não querem se envolver e precisam de menos tempo para processar e alocar coisas na memória”, acrescentaram os pesquisadores. (Fonte BBC Brasil)

Ou seja, para aqueles que já nascem nesse mundo “digital” é mais fácil se adaptar às tecnologias porém, de uma forma, ou de outra, a concentração é afetada pelos novos modelos de comportamentos adotados pela sociedade. O que podemos enxergar como positivo é que, de acordo com os cientistas, é comum nós nos adaptarmos facilmente aos processos, se hoje é assim, amanhã poderemos ter outro tipo de concentração, para melhor ou para pior.

 



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