Jornalismo

Jornalismo ou tecnologia?

Mais uma atitude revolucionária do Whashington Post entre os veículos de comunicação tradicionais. Após ser comprado por Jeff Bezos, dono da gigante do varejo Amazon, o jornal está revolucionando a forma como que está lidando com os avanços tecnológicos.

Para a maioria dos veículos de comunicação publicar notícias em redes sociais como o Facebook não é visto com bons olhos porque, nesses casos, quem ganha dinheiro com publicidade é o Facebook e não o jornal. Essa discussão circula no mundo corporativo e a guerra só não estourou porque os jornais ainda não conseguiram encontrar uma forma de declarar sua independência do Facebook, o que provavelmente não irá acontecer.

Na contramão, o The Washington Post declara que todo o conteúdo produzido pelo jornal será disponibilizado na nova plataforma do Facebook chamada Instant Articles.  Enfatizando que não serão publicadas algumas matérias, mas sim, todas! “A gente quer atingir leitores do presente e do futuro em todas as plataformas, e não tem nada aqui nos prendendo” (Fred Ryan, Publisher do Whashington Post).

Sobre o Instant Articles:

Trata-se de uma plataforma de notícias altamente moderna que faz da leitura de notícias uma experiência mais completa e atrativa. “Macia como manteiga” de acordo com Declan Moore, vice presidente de mídia da National Geografic Society. (Fonte Folha de São PauloCom barra de rolagem suave, imagens que se movimentam como no filme do Harry Potter, filmes interativos, fotografias com música e narração, entre outras novidades. A plataforma funciona como um agregador de conteúdo de empresas de comunicação como “The York Times” e “The Guardian” por exemplo. As empresas de comunicação poderão vender publicidade dentro de suas próprias notícias e ficar com a receita (o que não acontece no Facebook hoje) ou então ficar com 70% do faturamento do que for vendido dentro da plataforma “Facebook Audiencie Network” onde o Facebook fica com 30% de comissão.

Para o Whashington Post tentar atingir seu objetivo audacioso, a mentalidade da empresa mudou, assim como a estrutura dos departamentos. De 2011 para 2015 o número de programadores e engenheiros dentro da empresa saltou de 4 para 47 com objetivo de inovar e criar soluções integradas ao jornalismo. A filosofia de transformar a empresa em uma corporação mista entre tecnologia e jornalismo proporciona várias vantagens competitivas.

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Com essa estrutura foi possível o desenvolvimento de novos sistemas mais ágeis para publicação de conteúdo, maior qualidade no design e usabilidade, plataformas que permitem os jornalistas criarem mini games interativos, enquetes e produtos inovadores. O desenvolvimento de plataformas tecnológicas virou inclusive modelo de negócios, a empresa passou a faturar não só com publicidade, mas também a vender os sistemas de publicação para jornais menores.

Os sistemas online também proporcionam uma compreensão mais profunda sobre o comportamento dos usuários e leitores do jornal. Com as novas ferramentas é possível criar projetos e conteúdos mais personalizados para o público, um trabalho conjunto entre os engenheiros, jornalistas e marqueteiros.

Toda forma de acesso à informação está mudando de modo acelerado, com isso o comportamento do consumidor também muda de acordo com as novas possibilidades geradas pelos dispositivos. As empresas que estiverem preparadas para acompanhar esse avanço terão maior probabilidade de ganhar fatias consideráveis do mercado, as que não tiverem a visão para isso, estarão fadadas a desaparecer.

” Um dia sem nada de diferente é um dia perdido” – Juliano Kimura



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