Apple entra na era dos serviços

A Apple, desde sua fundação, em 1976, tem sua receita atrelada à venda de computadores, IPods e iPhones. Hoje, este último é responsável por 60% do faturamento da empresa. Em evento realizado (03/2019) em sua sede, em Cupertino, na Califórnia, a companhia comandada por Tim Cook deu um passo importante para mudar esse cenário.

Olhando para o setor de serviços, ofereceu para seus consumidores, um cartão de crédito e plataformas de assinaturas de games, notícias e conteúdo audiovisual.

Num futuro próximo a ideia é possibilitar, nos EUA, o pagamento de contas com um cartão de crédito da Apple, operado com auxílio do banco Goldman Sachs e da Mastercard, com direito a retorno (cashback, em inglês) nas compras e um cartão físico de titânio. Ou ter acesso a um acervo de 300 publicações, incluindo títulos como Time e New Yorker, por US$ 10 mensais.  (Estadão)

Também será possível jogar games exclusivos em qualquer dispositivo da empresa ou ver séries e filmes, produzidas com o aval da Apple, incluindo a participação de Steven Spielberg e Oprah Winfrey também presentes no evento. A previsão de chegada, no Brasil, do Apple TV+ é para o segundo semestre deste ano e os outros serviços ainda estão sem data prevista para o País.

Com o recuo na necessidade de seus usuários em adquirirem seus primeiros smartphones e efetuarem substituição anual por qualidade, as vendas no setor estão por conta das evoluções em design ou desempenho. Esse quadro desacelerou o mercado desses produtos. Investir em serviços é uma aposta para a Apple, cujas ações da empresa já chegaram a cair 10% em função dessa desaceleração.

Nem tudo é novidade. A fabricante do iPhone há tempos já oferece a seus usuários um serviço de streaming de música, outro de armazenamento na nuvem e um sistema de pagamentos móveis. Ao todo, o setor de serviços rendeu à empresa US$ 10,9 bilhões no quarto trimestre de 2018 – ou 12% do faturamento no período, contra 10% um ano antes.

Com esses novos lançamentos ampliam seus serviços para que os usuários de seus dispositivos sigam gastando dentro de seu ecossistema.

Esse setor de serviços traz ainda duas vantagens à Apple. A primeira são receitas recorrentes todos os meses, em vez de receber apenas uma vez por uma venda, em faturamento sazonal. A outra é ajudar a estimular a demanda por seus dispositivos, uma vez que os serviços serão exclusivos para as plataformas da empresa.

Como concorrentes  no vídeo enfrentará Netflix e Amazon, já presentes no mercado e ainda neste ano com a Disney, que se lançará no setor. Nos games terá que competir com Google, Microsoft e Sony.

Vi lá no Estadão.