Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, depôs ontem por mais de cinco horas em uma audiência no Senado dos Estados Unidos na terça-feira (10/04). Hoje (11/04) ele volta a falar sobre o caso Cambridge Analytica.
Assista ao vivo:
Saiba como foi o depoimento ontem:
Tudo se trata de privacidade.
Vale destacar o momento em do diálogo abaixo entre o senador e o executivo:
– Senador: Você ficaria confortável de compartilhar conosco o nome do hotel que você se hospedou na ultima noite?
– Zuckerberg: É… não
– Senador: Acho que isso seja o propósito de tudo. Seu direito à privacidade.
Como foi o depoimento?
O Senado Americano levantou a percepção é que a “falha de confiança”, vista pelos usuários, se tornou grave uma vez que as pessoas não têm informações suficientes para fazer as escolhas apropriadas sobre seus perfis e privacidade.
Mark assumiu a responsabilidade e por todo momento defendeu a plataforma:
Salientou que as investigações internas continuam e aplicativos “suspeitos” serão banidos da plataforma;
Negou ser dono de um monopólio. O alcance do Facebook é o maior em todo o mundo, o Twitter é a plataforma que chega mais perto, porém tem menos de 25% da base de usuários do Facebook. Apesar de não conseguir pontuar concorrentes similares, Mark assumiu não entender que o Facebook se enquadra em um monopólio;
Outra questão importante levantada é sobre o fato do Facebook ter a capacidade de monitorar a localização dos dispositivos mesmo quando o app não está aberto:
“O Facebook pode monitorar as pessoas que fizeram logoff?”, questionou o Senador. O executivo, por sua vez, mencionou que cookies permitem que os navegantes tenham seu comportamento monitorado, mas ficou receoso de apresentar mais informações, prometendo que confirmaria com sua equipe para repassar todos os dados posteriormente.” (Olhar digital)
Quando questionado se o Facebook se encaixa no perfil de uma empresa de mídia e não de tecnologia, Mark afirmou que o Facebook não produz conteúdo, mas se sente responsável pelo conteúdo da plataforma. Nesse sentido deve aprimorar a inteligência artificial para banir conteúdos de ódio. Embora tenha assumido que é uma tarefa difícil por conta da complexidade desse tipo de linguagem.
Durante várias vezes foi negado que o Facebook venderia seus dados a terceiros. “O que permitimos para desenvolvedores de aplicativos é que eles podem coletar dados de usuários também”. (B9)
Portanto, como já havia feito anteriormente, ele admitiu o vazamento de dados como uma falha a ser corrigida e que em nada afeta a política de privacidade de sua empresa que, segundo ele, fornece tanto a informação de que as desenvolvedoras coletam dados quanto a possibilidade de cada usuário proibir o compartilhamento de seus dados. “Se não estamos comunicando isso claramente, é nossa falha, porque esses são os nosso princípios.” (B9)
O Facebook sempre será grátis?
Quando questionado se as pessoas poderiam ter a opção de excluir publicidade da plataforma, Mark disse que uma mudança deste tipo deveria alterar o modelo de negócios da plataforma. Chegou a dizer que “Sempre haverá uma versão do Facebook que será grátis”. A declaração deixou no ar a hipótese de que poderá haver uma versão paga do Facebook, sem anúncios, no futuro, mas pareceu mesmo uma explicação lógica de que a plataforma precisa dos anúncios para se manter rentável.
Termos de uso e políticas da empresa.
Questionado se os termos de uso do Facebook são complexos demais para os usuários e por isso ineficientes, Mark Zuckerberg admitiu que essa é uma área na qual a empresa ainda precisa evoluir. Portanto podemos ter mudanças nos termos de uso da rede.
O Facebook escuta a conversa dos usuários?
Uma teoria comum é de que o Facebook usa o microfone do celular para monitorar o que as pessoas discutem para oferecer anúncios baseados em suas conversas. Mark esclareceu que essa não é uma prática da empresa, negando a teoria.
Perguntas sem respostas
O senador Chuck Grassley perguntou quantas vezes um app fez uma transferência de dados como a da Cambridge Analytica, mas Zuckerberg disse que a rede social conduz uma investigação, mas não respondeu. (G1)
Outra questão que o executivo não respondeu foi sobre quantas vezes o Facebook fez valer aos desenvolvedores suas políticas de uso. “Eu não saberia dizer quantas vezes isso aconteceu” (G1)
Quer saber se suas informações pessoais foram compartilhadas com a Cambridge Analytica? O Facebook criou uma página que avalia caso a caso no link https://www.facebook.com/help/1873665312923476?ref=shareable (Dica do Rubens Junior)
Assista ao depoimento completo (em inglês):