Economia colaborativa substituirá o capitalismo?

(Foto destaque. Portfólio Skywalkers – http://friendswithyou.com/portfolio/sky-walkers/)

Alguns teóricos já discutem o modelo que irá substituir o capitalismo. Para o futurólogo americano Jeremy Rifkin, autor do livro “Sociedade com Custo Marginal Zero”, o cenário é positivo. Ele é um entusiasta e otimista quanto a economia colaborativa, modelo ao qual poderá assumir, segundo o autor, o papel central na sociedade moderna.

O capitalismo apresenta sinais de decadência. Após anos de discussão e convivência como o principal modelo econômico da maioria dos países, o crescimento populacional nos centros urbanos, a degradação da natureza, as crises econômicas geradas nos últimos anos e o desnivelamento de renda são alguns dos aspectos que apresentam um desgaste nesse modelo econômico. Cenário onde a sociedade, impulsionada pela juventude, começa a discutir e mudar através da adoção de novos hábitos.

Os mercados estão sendo substituídos por redes. A busca do enriquecimento individual está dando lugar a uma preocupação com o enriquecimento da sociedade, o acúmulo de bens materiais está sendo substituído pela busca à qualidade de vida e preservação do planeta.

A produção técnica industrial deu lugar a produtos renováveis, impressões 3D, cursos online, notícias compartilhadas, sistemas de energia renováveis, tudo com um custo próximo a zero. Essa geração de jovens também compartilha carro, casa, roupas, filmes, músicas, festas, encontros e diversos produtos de entretenimento.

As regras que regem a economia e as negociações baseadas no modelo capitalista perdem força em um cenário onde os jovens empreendedores criam empresas ecologicamente sensíveis com produtos construídos por crowdsource e financiados por crowdfunding através das parcerias entre pessoas e empresas através da internet. Podemos dizer que o processo de produção também reduziu seu custo exponencialmente com a possibilidade de reuniões virtuais, videoconferências e negócios realizados com moedas digitais.

“Embora os indicadores da grande transformação para um novo sistema econômico ainda sejam sua­ves e, em grande parte, anedóticos, a economia de compartilhamento está em ascensão e, em 2050, provavelmente terá se estabelecido como principal árbitro da vida econômica. Um sistema capitalista cada vez mais ágil continua­rá a prosperar, encontrando vulnerabilidades para explorar, principalmente como um agregador de serviços de rede e soluções.” (Jeremy Rifkin, Revista Exame).

De encontro a esse assunto, é lançado no Brasil o primeiro aplicativo para troca e aluguel de veículos. O Fletty é uma plataforma que permite você alugar o carro diretamente com seu proprietário. É uma solução para quem tem carro e deixa o veículo muito tempo parado e para quem não tem e precisa alugar constantemente de locadoras ou pegar táxi, o que é muito mais caro. A empresa cobra uma taxa de 20% em cima da negociação mas garante seguro ao veículo e as pessoas em caso de acidentes. Portanto os proprietários e os usuários não precisam se preocupar com isso.

Embora, aparentemente, um cenário de substituição do capitalismo, nos pareça distante, algumas pistas indicam que a transformação dessa hegemonia econômica parece inevitável. De outro lado, a economia colaborativa está em expansão.

Vivemos em uma época onde tudo virou produto. Nosso sistema de produção, distribuição e vendas ficou caro. Além, de um alto custo financeiro, o ritmo acelerado dos seres humanos em busca do lucro atingiu o limite da capacidade de sustentação do planeta. Isso mostra que adaptações e transformações se fazem necessárias em busca de um sistema econômico sustentável e essas mudanças já estão acontecendo.