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Tecnologia e educação, é preciso ligar os pontos.

Tema importante para o desenvolvimento e crescimento do nosso país é a tecnologia aplicada à educação. A tecnologia é responsável pelo avanço de muitos setores na nossa economia, é capaz de transformar linhas de produção, facilitar processos produtivos, agilizar a burocracia, ela nos permite acesso remoto a informações, controles de processos e tudo isso basicamente tem um fator em comum: Reduz o custo do tempo. Acelera, agiliza, faz com que as pessoas ganhem a moeda mais importante do século XXI chamada “tempo”.

As mudanças que deverão ocorrer na educação, geradas pela inovação social, tecnológica e pedagógica serão fundamentais para o avanço da educação no mundo, impactarão em toda relação professor/aluno, consumo de educação/produção de educação.

Trechos da pesquisa da Fundação Catar, World Innovation Summit for Education (WISE), divulgada pelo Estadão, mostra que até 2030 muitas transformações ocorrerão na educação no mundo.

A perspectiva é que dentro das salas de aula os equipamentos eletrônicos, como tablet´s e computadores, terão maior relevância e utilidade que a tradicional lousa e apostila impressa. Com esses equipamentos o ensino poderá ser mais personalizado, individualizado para cada aluno conforme as necessidades, as aulas online farão parte da grade curricular e serão talvez mais importantes do que as aulas presenciais.

O professor deixará de ser a peça central de ensino, seu papel será de condutor, mediador entre o que os alunos sabem e quais conhecimentos eles podem ter acesso de acordo com os interêsses dos estudos. As aulas deverão se tornar híbridas entre plataformas digitais e aulas presenciais, as interações físicas e virtuais acontecerão simultaneamente.

A tendência é que tenhamos um ensino mais voltado às competências socioemocionais dos alunos, que levem em consideração questões comportamentais e aptidões pessoais. Nem todos os alunos tem aptidões com cálculos e, mesmo os que tem esse perfil, tem diferenças, entre quais, tipos de cálculos e interesses diferentes de aplicação desse conhecimento. Assim, cada aluno terá um currículo diferente de aprendizado. Não aprenderão as mesmas coisas simultaneamente, estudarão disciplinas diferentes e poderão criar grandes possibilidades de estudos em grupo de forma que o conhecimento de um complemente o outro.

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No Brasil já existem algumas escolas que trabalham com modelo de ensino inovador, com modelo de ensino mais voltado ao aluno, seguindo as suas características individuais.

Trecho da matéria do Estadão que entrevistou alunos e profissionais de escolas com esse modelo:

Um dos exemplos brasileiros de foco nas competências sociemocionais é o Colégio Estadual Chico Anysio, no Rio de Janeiro. A unidade, inaugurada em 2013, faz parte de um projeto de Secretaria de Educação Fluminense e o Instituto Ayrton Senna. A escola tem jornada integral no ensino médio mas, sem conteúdo profissionalizante. Os eixos de formação envolvem trabalho, convívio, aprendizagem e autonomia.

Temos projetos de pesquisa, em que somos protagonistas, conta Anna Beatriz Figueredo, de 17 anos, aluna do 2° ano do ensino médio do Chico Anysio. A jovem, que antes estudava em um colégio público convencional, percebe a diferença entre os modelos “antes, eu estava em uma condição passiva, sem muita voz” lembra.

De acordo com Anna Beatriz, o trabalho com essas habilidades ajuda tanto nas disciplinas básicas quanto fora da escola. “Essa bagagem se reflete na forma como lidamos com as críticas e os desafios”, diz ela, que está no colégio desde o ano passado. “Meus pais percebem a diferença na minha postura”.

Willmann Costa, diretor da unidade, explica que o objetivo é interligar os conhecimentos e desfazer as barreiras entre professores e alunos. “É um modelo de currículo atrativo, mais próximo da juventude”, destaca.

Os desafios são grandes para levar esse tipo de ensino para todas as escolas no Brasil. Temos que transpor as dificuldades estruturais das escolas que não tem equipamentos modernos para oferecer aos alunos, mas talvez o maior desafio de todos está no fato de que esse tipo de ensino demanda uma boa qualificação do profissional de educação, o professor precisa ter parâmetros para entender os contextos sociais que o aluno está inserido, não adianta tentar impor matérias e conteúdos para um aluno que vive nas redes sociais, às vezes, o aluno sabe melhor como realizar pesquisas e operar a rede do que o próprio professor. Precisa existir uma mudança profunda nas formações de licenciaturas, implementando o olhar digital nas escolas de forma que os professores saibam como lidar com o olhar desse novo mundo digital.

Nas escolas os professores e os alunos não devem ser apenas consumidores de material didático, operadores do sistema de ensino, deverão fazer parte do processo de criação, produção e difusão do conhecimento. Para isso é preciso que o país leve mais a sério a construção do conhecimento em tecnologia, inovação e redes para educadores. Esse processo é fundamental para que o Brasil seja competitivo, no mercado global, nos próximos anos. Precisamos ligar os pontos entre a tecnologia e a educação.

 A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. (John Dewey)

 

 



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