Após o Instagram ser comprado pelo Facebook, a dupla de fundadores ainda continuou à frente do projeto, porém, Kevin Systrom e Mike Krieger (Brasileiro) anunciaram sua saída no dia 24/09. Qual o impacto dessa ruptura?
Embora aparentemente a saída tenha sido amigável, o mercado entende que ela aponta grandes mudanças futuras no Instagram.
A dupla de executivos saiu em um momento onde o Instagram bate recordes de usuários e faturamento. Análises recentes apontam que a empresa está avaliada em US$ 100 bilhões, com previsões de que o aplicativo pode lucrar, sozinho, cerca de US$ 10 bilhões com publicidade em 2018. A consultoria eMarketer aponta que o Instagram pode responder por até 16% do faturamento do Facebook este ano.
Após a saída da dupla de executivos, Mark Zuckerberg publicou uma nota sobre o assunto. “Kevin e Mike são líderes de produto extraordinários e o Instagram reflete seus talentos criativos combinados. Aprendi muito trabalhando com eles nos últimos seis anos e realmente aproveitei isso. Desejo a eles o melhor e aguardo ansioso para ver o que criarão agora”. (Estadão)
Diversos veículos de comunicação da imprensa americana reportam que a dupla decidiu deixar a empresa após sofrerem grande pressão de Zuckerberg, uma vez que a discordância entre eles era contínua sobre os caminhos que deveriam seguir o Instagram. Em abril de 2018 o Bloomberg já havia noticiado discordâncias sobre eles em relação ao Stories, as alterações nos comentários e na relação de compartilhamento do aplicativo.
Ao mesmo tempo em que a empresa bate recordes financeiros, o cenário ao seu redor é de crise.
A imprensa americana aponta para um cenário de crise no Facebook, a empresa está envolvida em complicações nos últimos dois anos e vem sendo criticada por auxiliar a distribuição de notícias falsas, ser suscetível a interferência estrangeira e cuidar mal da privacidade dos usuários. Além disso, os usuários têm reclamado constantemente das regras do feed e do excesso de anúncios publicitários.
A dupla Systrom e Krieger não são os primeiros fundadores a saírem do Facebook, no auge do escândalo da Cambridge Analytica, o cofundador e presidente executivo do WhatsApp, Jan Koum, também saiu. De acordo com o que foi noticiado na época, ele recebia pressão para tomar atitudes de reduziriam o nível de proteção de dados de seus usuários e monetizar o aplicativo de mensagens que hoje é utilizado por 1,3 bilhões de pessoas ao redor do mundo.
Vi lá no Estadão.