Jornalismo

Google impõe restrição a discussões políticas entre funcionários

Uma empresa que há muito se orgulha de um debate aberto e uma cultura interna livre, a Google, alterou suas diretrizes e limitam a discussão entre funcionários sobre política e outros temas não relacionados ao trabalho. Essa nova política sinaliza uma mudança radical, nesse sentido, para a companhia.

A Alphabet, matriz da Google, disse em um memorando público na sexta-feira (23 de agosto) que os funcionários não devem gastar tempo debatendo questões não relacionadas ao trabalho, e devem evitar xingamentos, entre outros comportamentos.

O Google também indicará funcionários para moderar os quadros de mensagens internos da empresa, em vez de permitir que voluntários o façam, reconhecendo que as discussões saíram de controle. Esses quadros de mensagens internos da empresa hospedam milhares de grupos de discussão sobre questões sociais a esportes.

 “Isso se segue a um ano de crescente incivilidade em nossas plataformas internas, e ouvimos dizer que os funcionários querem regras mais claras sobre o que se pode dizer ou não”, disse uma porta voz do Google.

A empresa, gigante da tecnologia, ajudou a abrir caminho no Vale do Silício para a ideia do local de trabalho onde os funcionários podiam se expressar livremente sobre assuntos importantes para eles.

Nos últimos anos esse nível de discussão muitas vezes ergueu uma barreira entre funcionários com opiniões opostas, bem como entre a direção e uma força de trabalho cada vez mais ativista.

Milhares de funcionários do Google saíram no ano passado para protestar contra pagamentos a executivos acusados de assédio sexual, e alguns se opuseram à busca de contratos do governo pela empresa.

O diretor jurídico, Kent Walker, ameaçou demitir trabalhadores que espionam dentro da empresa para obter informações sobre temas polêmicos, como o relacionamento entre a computação em nuvem do Google com o Departamento de Defesa dos EUA, informou The Wall Street  Journal no início deste mês.

Em seu memorando de sexta, a empresa reiterou que as informações confidenciais discutidas internamente devem ser mantidas em sigilo.

Vi primeiro lá na Folha.



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