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Cultura de massa e hacktivismo

As vésperas de uma nova eleição presidencial no Brasil após períodos complicados de manifestações, rupturas ideológicas, surgimento de novos projetos e partidos políticos que ainda tentam entender as novas exigências da população, retornam aquelas sensações de insegurança e imprevisibilidade no mercado em relação ao emprego, estabilidade financeira das empresas e instituições públicas. Daqui para frente  um bombardeio de informações tentarão convencer as pessoas sobre qual o melhor caminho a ser escolhido nas urnas.

Onde o produto de valor chama-se “informação”

Desde que surgiu o pensamento sobre a “Cultura de massa” criado na Escola de Frankfurt, no início do século XXI, a indústria da comunicação mudou radicalmente suas táticas, deixou de segmentar por grupos burgueses ou populares, de natureza social, étnica, sexual ou psíquica e passou  a utilizar os grandes meios de comunicação como o cinema, rádio e a televisão, para utilizar uma linguagem homogênea, na tentativa de influenciar na opinião das pessoas em relação ao consumo e à política de poder.

Theodor Adorno e seus companheiros, filósofos, fundadores da Escola, já previam que essas ferramentas poderiam ser utilizadas para manipular as  opiniões do povo, nos fins políticos e/ou comerciais. Criaram essa tese que,  posteriormente,  foi chamada de “Indústria Cultural”. Nessa época, os capitalistas e governantes tinham muito poder em relação ao povo usando as ferramentas de comunicação de massa.

Aqueles cuja opinião não se encaixava no “esquema” imposto,  normalmente grupos formados por estudiosos, políticos, filósofos, sociólogos e todas as pessoas com visão diferente na forma de conduzir  a sociedade, encontravam inúmeras dificuldades para se expressarem  e disseminar suas opiniões. Criavam grupos, revistas, pequenos jornais, teses, livros e mesmo assim,  sofriam forte represália que dificultava a construção de uma nova ordem política e social.

Ainda hoje, a influência dos veículos de massa interferem e muito nas opiniões das pessoas mas, estamos vivendo uma ruptura nesse modelo de dominação por conta das inúmeras ferramentas de comunicação que dão abertura para novas visões, ideais e movimentos que inicialmente parecem pequenos e vão ganhando dimensões estratosféricas.

Hacktivismo

Existe um mundo paralelo onde as leis se confundem, onde não há distinção entre rico e pobre, onde o poder está na mão de quem tem conhecimento tecnológico e força de movimentação em grupo, onde os ideais estão se redesenhando, onde estão construindo um novo código de ética. Esse  mundo é feito  por jovens desde a mais tenra  idade e  por pessoas que transitam e transformam as ruas e as praças cibernéticas.

Movimento orgânico.

“Eu não acho que tudo isso seja só coisa de técnicos, Hackers. Estamos falando sobre psicologia e filosofia humana, vamos nos perguntar; porque há tanta inquietação, ou privação de direitos ou raiva? O que levaria as pessoas a se juntar a isso tudo? Se você acha ruim ou não, é irrelevante, porque não vai acabar.” (Trecho do próprio vídeo)

Toda essa transformação  nos levará a um lugar e nos trará um espaço desconhecido. Nos encontramos no meio desse  processo, ainda  é muito difícil enxergarmos exatamente onde isso vai dar mas, o fato é, que o movimento vai continuar  independente dos resultados das urnas.

“A tarefa atual da arte é introduzir o caos na ordem”. (Thedor Adorno)



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